Em meio a este furacão que assola o mundo econômico, bem em seu olho, temos uma figura que parece ser o centro de tudo que nos rodeia. Os bancos. Nesse ínterim mais um componente transformou o cenário em mais negro ainda: a greve dos bancários. Uma coisa nada tem a ver com a outra. A crise econômica mundial não ocorreu por causa da greve dos bancários no Brasil e vice-versa. Coincidentemente, a justa reivindicação dos bancários foi na data do seu dissídio, justamente neste período turbulento. Não nos iludamos. Os bancários não têm tanta força assim.
Quando ocorre uma crise econômica como esta, os leigos questionam quando os governos procuram maneiras de preservar a saúde dos bancos. A afirmação mais ouvida é: deixa quebrar! Para sabermos se é conveniente deixar “quebrar” um banco ou não, é importante que se saiba o motivo da existência dele.
Não vamos comentar, não agora, a ganância e malversação do dinheiro alheio por parte de alguns banqueiros. Más intenções existem em todos os ramos de comércio e indústria. Lembremos o que disse Mohandas GANDHI: “O capital em si não é mau; seu mau uso é que ruim”.
Os bancos existem, precipuamente, para realizarem intermediação financeira, pressupondo que nossa economia superou o estágio primitivo do escambo (Troca de bens ou serviços sem intermediação de dinheiro; Troca, permuta; câmbio; barganha). O que é “intermediação financeira”? Intermediação financeira é o ato de pegar dinheiro do agente superavitário e repassar para o agente deficitário. Trocando em miúdos: é intermediar o capital de quem tem sobrando e repassar para quem precisa. Quem precisa? São os investidores. São aqueles que vão comprar bens de consumo e com isso fazer girar a roda da economia. Quando eu compro uma geladeira, estou dando emprego para o vendedor da loja, dando motivos para existência da loja e dando emprego para quem faz a geladeira, por conseqüência, dando motivos para que a indústria exista. Com seus salários, os envolvidos na fabricação da geladeira que comprei vão consumir mais, dando empregos para outras pessoas. Então os bancos servem para dar dinheiro somente para que possamos consumir coisas? Não. A indústria e o comércio precisam de dinheiro emprestado para aumentar a produção, aumentar o poder de comercialização e gerar empregos e renda. Os bancos proporcionam o dinheiro necessário para este tipo de investimento. A função primordial dos bancos é alavancar os negócios em um mundo capitalista através desta intermediação. Não tem como cada agente superavitário juntar suas sobras e levar diretamente para o agente deficitário. Por isso, os bancos fazem este papel. Juntam nossos “caraminguás” e fazem um grande “bolo” de capital, emprestando para quem quer investir e girar o mundo econômico. É claro que isto é uma maneira resumida do papel dos bancos. A economia é baseada em confiança. Quando se confia que quem pegou emprestado vai pagar, os juros caem e o dinheiro gira mais facilmente. Quando os poupadores desconfiam que bancos podem “quebrar”, eles não mais depositam. Não depositando, a prazo ou não, os bancos não têm como emprestar. Os bancos não emprestando, a indústria e comércio entram em estagnação, diminuindo o emprego, diminuindo a renda, diminuindo o consumo, que diminui novos empregos, que diminui a renda.....
Enquanto não existir no mundo capitalista uma maneira diferente de fazer girar a economia, infelizmente ou não, os bancos são necessários. A questão de “socorro” aos bancos é assunto de outra matéria e maior fiscalização dos Bancos Centrais. Como dizia o capitão Renault, do clássico filme Casablanca, “- Prendam-se os suspeitos de sempre”.
Encerro com uma frase bem humorada do Barão de Itararé: “Banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente, se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa dele”.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
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